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Visita de estudo a Lisboa e Sintra
Por Engrácia Bastos (Professora), em 2017/04/251367 leram | 0 comentários | 197 gostam
Diversas turmas dos 10º e 11º anos dos cursos científico-humanísticos participaram numa visita de estudo a Lisboa (Bolsa Euronext, Banco de Portugal, Castelo de S. Jorge, Palácio da Pena, Palácio Nacional de Sintra, entre outros)
Texto: João Saraiva e Luís Abreu (alunos de CSE)
Fotos: Márcia Macedo

Nos passados dias 18 e 19 de abril, várias turmas do secundário, entre elas as duas turmas de ciências socioeconómicas da Escola Santos Simões, realizaram uma visita de estudo à capital. Para as duas turmas de ciências socioeconómicas, especificamente, a visita consistia na passagem pela Bolsa de Valores (Euronext Lisbon), por Belém, pelo Castelo de S. Jorge, pelo Palácio da Pena, em Sintra, e pelo Banco de Portugal.
Na manhã do primeiro dia, decorreu a viagem, e o almoço foi no Centro Comercial Vasco da Gama. Por volta das 14:30 horas, foi dada entrada na Euronext Lisbon, onde assistimos a uma conferência proferida pela administradora, Dra. Isabel Ucha dos Santos, relativa ao papel da Bolsa no setor económico, tendo recorrido a exemplos das sociedades representativas dos três maiores clubes de futebol do país para explicar o seu funcionamento e cativar a atenção dos alunos.
A Bolsa é um mercado, onde a oferta é representada pelas pessoas com poupanças (aforradores/ potenciais investidores) e a procura é assumida pelas entidades/empresas/instituições que carecem de fundos para o desenvolvimento do seu negócio/atividade.
Para comprar ações na Bolsa só é necessário um computador, uma conta bancária com dinheiro e uma conta para as aquisições das ações.
Neste mercado, diferente do passado, as transações (compras e vendas) são realizadas online, através do site que cada banco (intermediário financeiro autorizado) disponibiliza. A ordem de compra é efetuada pelo banco e, logo que encontre a ordem de venda, retorna um aviso com a transação concluída.
A empresa que proporciona estas transações é a Euronext - uma empresa privada que opera em vários países: Portugal, França, Bélgica e Irlanda; porém, o hardware principal é localizado nos arredores de Londres. Os lucros desta empresa provêm de taxas (comissões) cobradas aos investidores.
O referencial de preços é determinado pela compra e consequente venda das ações. Com a evolução da tecnologia, as transações passaram a ser, maioritariamente, efetuadas através de sistemas virtuais, em que o banco é o intermediário entre o comprador e a Euronext. O comprador dá a ordem de compra no site do banco e quando esta ordem se encontra com uma ordem de venda, é efetuada a transação. Este processo ocorre num espaço de milissegundos, pois a máquina, automaticamente, faz o “casamento” das ordens de compra e venda. A Bolsa funciona como um sistema de otimização que recebe as ordens de compra e venda.
Para investir na Bolsa, a principal regra é diversificar o investimento, diminuindo assim o risco de grandes prejuízos. A propósito, a Dra. Isabel recorreu a um ditado antigo que refere que as pessoas ou aforradores não devem colocar os ovos todos no mesmo cesto. Se o investidor tiver pouco experiência, poderá contratar um gestor, a fim de acompanhar e analisar o estado das empresas. Este é um negócio em que têm que ser estabelecidos previamente objetivos e ter noção de que na maioria das vezes estes são investimentos a médio-longo prazo. O retorno do investimento é moroso, mas por norma compensador.
A palestrante também elucidou os alunos acerca das várias alternativas de aplicação das poupanças (aquisição de imóveis, fundos de investimento, depósitos bancários, compra de ações e obrigações, entre outros), bem como da principal diferença entre ações e obrigações, respetiva remuneração e risco associado. Caso a opção recaia na compra de ações, a forma mais comum é contratar um agente que acompanhe e analise o estado da empresa (Balanço, Demostração de Resultados, etc.), porém uma pessoa com capital poderá investir numa empresa com o seu próprio risco. O investimento tem duas frentes: a rendibilidade e o risco. Este binómio tem de ser bem conjugado e ponderado.
Na apresentação foi abordado o Índice PSI-20 (Portuguese Stock Index), que é o principal índice da Euronext Lisbon, composto por 20 empresas portuguesas: The Navigator Comp, Sonae Capital, Sonae, Semapa, Redes Energéticas Nacionais, Pharol, NOS, Mota-Engil, Montepio, Jerónimo Martins, Galp, Energias de Portugal, EDP Renováveis, CTT, Corticeira Amorim, Banco Português de Investimento, BCP e Altri. Este índice é um valor de referência avançado da economia real, formado a partir da média das cotações das ações destas 20 empresas (atualiza a cada 15 segundos). Assim, quando sobe quatro a seis semanas consecutivas, a Economia do país também melhora, e vice-versa.
Existem outros índices pelo mundo: Dow Jones Index- índice de NY, Euro Stoxx 50, índice das 50 melhores empresas Europeias.
Neste momento, a Euronext tem cotadas em Portugal 60 empresas. Para uma empresa ser cotada, isto é, admitida na Bolsa, necessita de ser transparente acerca de todas as informações de caráter financeiro. A informação financeira tem de ser auditada, sendo relevante para a formação do preço.
Dentro da Bolsa existe uma divisão entre um mercado principal e um mercado alternativo. Para entrar no mercado principal é necessário dispersar 25% do capital e no mercado alternativo só é necessário publicar contas anuais.
No edifício da Bolsa encontra-se um sino que é um símbolo histórico, pois no passado servia para dar início à abertura ou encerrava as negociações em cada sessão.
Por fim e em jeito de curiosidade, foi referido que na Bolsa de NY, o touro (bull market) representa a subida das cotações e o urso (bear market) representa a descida das cotação das empresas.
Após a visita a esta instituição, os alunos tiveram uma visita livre ao Castelo de S. Jorge, onde apreciaram as vistas de toda a capital. Seguiu-se a paragem em Belém, onde muitos provaram o típico Pastel de Belém. No fim do dia, os alunos jantaram no centro comercial e pernoitaram na Pousada da Juventude.
O dia seguinte começou com a visita guiada ao Palácio da Pena, onde foram apresentados os principais aspetos arquitetónicos e históricos deste palácio encomendado por D. Manuel I.
Da parte da tarde, devido a um atraso, a visita ao Museu do Dinheiro do Banco de Portugal foi sem guia. Apesar desse contratempo imputado a uma operação stop demorada e a um acidente na IC19, os alunos passaram um bom tempo no Banco, realizando atividades interativas (acedidas através de cartão com banda magnética) relacionadas com a Economia, sendo que alguns tiveram a oportunidade de cunhar uma moeda digital com o seu rosto, tendo ficado gravada no site do Banco de Portugal durante 30 dias e passível de ser descarregada para o computador pessoal do respetivo aluno.
Esta foi, sem dúvida, uma visita de estudo enriquecedora a todos os níveis, pois possibilitou que adquirissemos e/ou aprofundassemos conhecimentos e proporcionou o convívio salutar entre todos.

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